Durante muito tempo o Brasil atravessou dois grandes desafios. O Desafio da instabilidade política causada principalmente pelos anos de chumbo proporcionado pela ditadura militar e a instabilidade econômica causada principalmente pela a inflação que galopava pelo mercado brasileiro.
Com a promulgação da constituição de 1988, e o desenvolvimento do processo de redemocratização do país, o desafio da instabilidade política de certa maneira foi vencido, mas o desafio de combater a instabilidade econômica não ocorreu de maneira gradual. Foram inúmeras tentativas através de planos econômicos, de mudança de moeda como: O Cruzeiro (1942-1967), o Cruzeiro Novo (1967-1970), o Cruzeiro (1970-1986), o Cruzado (1986-1989), o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro, pela terceira vez (1990-1993) e o Cruzeiro Real (1993-1994). Mas todos esses planos não passavam de medidas paliativas ou mesmo nulas, que combatiam os sintomas, mas não tinham efeito satisfatório no mal em si. O grande vilão da hiper-inflação continuava amedrontando a economia brasileira. Para se ter idéia em 1993 o IPCA –Índice de Preço ao Consumidor Amplo (Medida oficial de inflação para o Governo) chegou a 2.477% ao ano.
Com a meta de “tratar” dessa vez a “doença” inflação e não seus sintomas, foi iniciado o processo para implementação de Plano Real, que o usou da URV- Unidade Real de Valor, e serviu como moeda de conta, onde ela era usada como referencial para o Cruzeiro Real, até que ela fosse emitida como hoje conhecemos o Real.
A URV era atualizada diariamente, e foi utilizada de março á junho de 1994.
Em 1º de junho de 1994, foi implantado o Real, com sua moeda extremamente valorizada (proporcionada pelo processo da URV), para se ter idéia no primeiro mês cada unidade de Real valia aproximadamente US$0,80, proporcionado um aumento no poder de moeda para com os produtos importados, contudo o a implementação do Real teve como base o combate ao fomento da inflação pelo lado fiscal, ou seja, no período antecedente era comum o Governo financiar seus gastos através da emissão de moeda. Quanto mais moeda era emitida e lançada no mercado, mais ela se desvalorizava, (partindo do pré-suposto que a moeda é uma mercadoria, onde o aumento da oferta, diminui se valor de mercado). Se as despesas do Governo eram maiores que as receitas,ocasionando desequilíbrios constantes nas contas do Governo e proporcionando a continuidade de déficits nas contas públicas.
Outra medida do novo plano econômico foi a abertura comercial, que proporcionou a entrada no mercado interno de produtos importados, que atrelados a valorização da moeda nacional favorecia os preços. Tais medidas fizeram com que o empresariado brasileiro não elevasse os preços, e assim, diminuindo a possibilidade de inflação.
Nesses quinze anos de Plano Real, destacamos a valorização cambial que foi defendida à mão de ferro durante o primeiro Governo de Fernando Henrique Cardoso, a qual só foi alterada após a reeleição de FHC. Essa mesma política cambial foi financiada através da queima das nossas reservas internacionais, do processo de privatização das principais estatais, do aumento da divida externa e principalmente pelos especuladores dotados de informações privilegiadas.
Contudo, o real proporcionou a estabilidade econômica, controle da inflação, e principalmente deu a oportunidade dos brasileiros poderem adquirir alguns bens como: Geladeira, Fogão, Automóveis, através de prestações (financiamentos) a taxa fixas, haja vista, que o modelo de financiamento anterior ao período do Real usava de correção monetária, variando os preços das prestações a cada mês. Um fator fundamental foi proporcionar ao trabalhador assalariado o poder de programar suas compras, que era impossível devido a hiper-inflação do período anterior.
Que Plano Real continue com sua estabilidade em forma, e mesmo diante de crises do capitalismo mundial, a política econômica brasileira prossiga no fortalecimento e no fomento ao reconhecimento internacional dessa moeda.
PARABÉNS REAL.
Um comentário:
GOSTEI BASTANTE DO EXPOSTO ARTIGO EM DISCUSSÃO
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